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Universidade Federal do Ceará
Programa de Pós-Graduação em Economia

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História

O CAEN a exemplo de outros vários centros de pós-graduação em economia do Brasil, surgiu na segunda metade dos anos 60. Na sua estruturação original, a UFC se compunha de faculdades, institutos básicos (dedicados mais especificamente ao ensino) e os institutos de pesquisa. Ao lado disso, algumas faculdades estaduais existentes eram consideradas como “agregadas” à UFC (dentre elas a Faculdade de Ciências Econômicas (em Fortaleza) e a Faculdade de Filosofia do Crato (no interior do Estado).

Dentre os institutos de pesquisa, foi criado em 1963 o Instituto de Pesquisa Econômicas (IPE), com base em grupo de economistas, onde apenas um número irrelevante era de professores de Faculdade. Este grupo havia recebido treinamento de curto e médio prazo, alguns na CEPAL e outros participaram de treinamento semelhante patrocinado pelo Banco do Nordeste do Brasil (o programa de Treinamento em desenvolvimento Econômico – PTDE). Já em 1961, o IPE promoveu um curso de treinamento para estudantes de economia, com objetivo de selecionar estagiários para trabalhar como auxiliares de pesquisas nos projetos de investigação a serem desenvolvidos pelo Instituto futuramente.

Em 1962, a Faculdade de Ciências Econômicas foi federalizada e incorporada à UFC. Neste momento dois projetos começam a ser desenvolvidos de forma concomitante: o do CETREDE e o do CAEN. O primeiro que vai se ligar mais estreitamente ao IPE, recebeu apoio da OEA, da SUDENE e do BNB e objetivava a criação de um centro interamericano de treinamento em desenvolvimento econômico (CETREDE). O segundo se liga mais diretamente à Faculdade de Ciências Econômicas, recebeu o patrocínio da FORD FOUNDATION, da SUDENE e da USAID e tinha como objetivo a criação do Centro de Aperfeiçoamento de Economistas do Nordeste – CAEN.

A criação do CAEN era parte de um projeto mais amplo que tinha como meta o estabelecimento em universidades brasileiras selecionadas, e com certa amplitude regional, de vários centros de pós-graduação em economia. Até este período, cumpre lembrar, existia um único centro de pós-graduação em economia consolidado no Brasil, i.e., a Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro e o embrião do Instituto de Pesquisas Econômicas da USP. É, portanto, na segunda metade dos anos sessenta que com as doações da Ford Foundation vão se instalando gradativamente outros centros: CAEN, no Ceará; PIMES, em Pernambuco; NAEA, no Amazonas; UFBA; UFRGS; UNB e IPE em São Paulo.

Outro aspecto importante desse período foi a articulação, rapidamente desenhada e implantada da Associação Nacional dos Centros de Pós Graduação em Economia – ANPEC, fundada já com a participação de todos esses centros e contando com apoio financeiro da Ford Foundation. Uma das primeiras funções da ANPEC foi a realização de um exame de seleção nacional para os centros participantes, de forma a permitir a possibilidade de opções para os candidatos e, ao mesmo tempo, romper com o caráter regional que poderia se estabelecer.

Retornando ao CAEN, o primeiro convênio com a Ford Foundation é assinado em 1964, num montante de US$200.000,00. Tais recursos deveriam ser utilizados no pagamento de bolsas de estudos, montagem de uma biblioteca específica para o centro, pagamento de passagens aéreas de diárias para professores visitantes e, até mesmo, para a compra de material de consumo e equipamentos. Ou seja, na verdade para a sustentação quase total das atividades do CAEN. A SUDENE, aportou um volume pequeno de recursos que, eram utilizados basicamente para o pagamento de bolsas de estudo.

Deve-se chamar a atenção para o fato de que, no momento da implantação do CAEN, a Universidade não dispunha de pessoal docente com nível pós-graduado, com dedicação plena à instituição, experiência de pesquisa e infraestrutura acadêmica que pudessem sustentar o curso. É assim que, com exceção de pouquíssimos professores em áreas específicas como matemática, estatística e inglês, os demais foram importados de outros centros, especialmente, FGV, IPE e CEDEPLAR (que possuíam uma massa crítica capaz de responder às demandas internas e suprir algumas das demandas externas).

A partir de 1968, com a integração de alguns docentes que haviam concluído treinamento pós-graduado de caráter mais formalizado(mestrado ou equivalentes) criou-se um “corpo permanente de professores” locais que passou a se dedicar de forma exclusiva ao centro.

Um importante aspecto a ressaltar foi a realização a partir dessa data de um programa de apoio aos estudantes de graduação. Com recursos da Ford Foundation foram selecionados estagiários que passaram a receber um treinamento adicional e cujo objetivo era preparar futuros alunos para a pós-graduação e, posteriormente, virem a colaborar com os trabalhos de pesquisa. Esse programa foi extremamente proveitoso tendo contribuído de uma forma marcante para a melhoria da qualidade do corpo discente da faculdade que, nos anos 70, chegou a ser considerada dentre as cinco melhores do país.

No entanto, o número de professores que compunha o corpo permanente, o volume de trabalho docente a ser desenvolvido, seja na graduação, seja na pós-graduação aliada à reduzida experiência em atividades de pesquisa determinaram que essa atividade não viesse imediatamente a ser desenvolvida.

Tudo isto refletia uma conjuntura experimentada pelas Universidades brasileiras. A questão da pós-graduação ainda não havia sido incorporada pela universidade como instituição. Por outro lado, na grande maioria das instituições, ainda persistia a filosofia de que a função da universidade era apenas o ensino, o que se traduzia como graduar profissionais. Porém, não se pode deixar de lado, que este foi um momento de extrema dificuldade para a educação de nível superior do país. À medida que o chamado “milagre brasileiro” se impunha é, também, um dos momentos mais difíceis para as instituições seja, no que tange à exacerbação da perseguição política, seja no que diz respeito ao aporte de recursos que sofre, nesse período, forte redução.

O CAEN vai gradativamente se consolidando e começando a absorver estudantes de outros Estados. Vários dos docentes do seu corpo permanente se deslocam para cursar pós-graduação no exterior, enquanto outros começam a retornar.

No início da década de 70 é descoberta a importância da pós-graduação e começa a se desenvolver no país um esforço no sentido de estimular a titulação pós-graduada e a implantação de centros de pós-graduação. A CAPES, por sua vez, talvez em função da não disponibilidade de recursos orçamentários para a sustentação da pós-graduação “stricto-senso” incentiva a procura por fontes extra orçamentárias para a sustentação do programa de pós-graduação. O que aliás, já era questão rotineira em várias áreas. Pode-se afirmar que, em síntese, na época de mais esforço para a institucionalização da pós-graduação, em especial a de “latu-sensu”, os recursos extra disponíveis eram extremamente escassos.

É assim que, em 1972, o CAEN implanta o seu curso de mestrado, passando então a se intitular Curso de Mestrado em Economia – CAEN. Os primeiros anos foram extremamente difíceis, na medida em que um grupo razoável de professores se encontrava no exterior cursando doutorado. Um dos efeitos disso foi a impossibilidade de produção científica, e, até mesmo de dissertações. Outro fator que veio a dificultar a produção de dissertações foi a implantação do mercado de trabalho – é bom lembrar que isso acontecia em pleno “milagre brasileiro”, um tempo áureo de fortalecimento da tecno burocracia – que absorvia um percentual bastante elevado de egressos dos cursos de pós-graduação em economia do país.

Em 1980, o CAEN foi credenciado junto ao Conselho Federal de Educação (CFE) do Ministério da Educação e Cultura (MEC) como Curso de Mestrado com área de concentração em Teoria Econômica, conforme parecer do CFE nº 1025/80, de 05/09/1980. Durante toda a década de 80 e 90 o CAEN se consolidou como um centro de excelência no ensino e pesquisa na área de economia o que o credenciou em 1999 implantou seu programa de doutorado formando já os primeiros doutores em 2003. Ao longo de sua trajetória o CAEN invariavelmente tem sido bem avaliado pela CAPES e confirmando essa tendência recebemos nota 5 na última avaliação realizada.

Ao longo de seus 40 anos de existência, desde seu início como curso de especialização, o CAEN vem sempre se preocupando em cumprir suas funções de um curso de pós-graduação, dedicando-se ao ensino e pesquisa de qualidade, além de tentar estabelecer um apropriado engajamento com a sociedade tanto a nível local, regional como nacional, através da discussão de seus principais problemas e na busca de soluções apropriadas. Visando esses objetivos, algumas medidas internas já foram tomadas como a mudança recente de sua estrutura curricular, uma redefinição de seu corpo docente e uma melhoria em sua infraestrutura de apoio à pesquisa e à produção intelectual. Além do mais, o curso vem investindo também na formação de seus ex-alunos em programas de doutorados de excelência nos Estados Unidos, Europa e Brasil.

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